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GENE KRUPA – “The Drummer Man”

Gene Krupa nasceu em Chicago, a 15 de Janeiro de 1909. Apaixonou-se desde muito cedo pela música de jazzistas pioneiros oriundos de New Orleans. Começou sua carreira musical tocando saxofone… durou apenas até ele ver uma bateria de perto. Apesar de bastante impressionado, o motivo que o levou a escolher a bateria foi no mínimo pitoresco: era o instrumento mais barato da loja em que trabalhava como garoto de recados.

Iniciou seus estudos de bateria na pré-adolescência enquanto cursavao preparatorio para o seminário. Independente de ser muito talentoso e possuir “todo swing do mundo“, Gene era um grande ouvinte e conseguia, assim, captar todas as nuances peculiares da arte percussiva, o que o ajudou a superar sua defiência em leitura e criar seu próprio estilo. Na época foi bastante influenciado por Chick Webb, Baby Dodds e Dave Tough que o ensinou como a bateria deveria soar.

Krupa tocou pela primeira vez numa banda aos 13 anos em uma jam session que lhe rendeu alguns trabalhos em festas e bares pequenos. Isso o ajudou a lapidar sua técnica e musicalidade.

O primeiro baterista a se tornar um “superstar”, Gene Krupa não deve ter sido o baterista mais avançado dos anos 30, mas ele era, em alguns aspectos, o mais significante. Com Krupa, os solos de bateria eram realmente raros, ele encarava a batera como um instrumento de acompanhamento. Krupa, que com sua sorte e seu colorido musical se tornou um ídolo desde jovem, mudou para sempre a imagem dos bateristas.

Ele fez história com seu primeiro disco. Em 1927, com o McKenzie-Condon Chocagoans, ele foi o primeiro músico a usar um set completo de bateria nas gravações. Gene fez parte da cena jazzística de Chicago nos anos 20, antes de mudar-se para Nova York. Em Dezembro de 1934 ele se juntou à nova orquestra de Benny Goodman e pelos próximos três anos foi uma importante parte dela.

Depois de uma apresentação no Carnegie Hall em 1938, Gene E Good,na tiveram um conflito pessoal e logo Gene montou sua própria orquestra. Isso possibilitou Krupa formar uma banda onde os solos de bateria não eram requisitados em todas as músicas. Alguns excelentes músicos como: Vido Musso, Milt Raskin, Floyd O’Brien, Sam Donahue, Shorty Sherock e a grande cantora Irene Daye fizeram parte da orquestra de Krupa. Alguns de seus “hits” de 1941-1942 foram “Let Me Off Uptown”, “After You’ve Gone”, “Rockin’ Chair”, e “Thanks For The Boogie Ride”. Krupa apareceu em vários filmes nesta época, incluindo uma grande comédia Ball of Fire, onde ele tocava uma longa versão da “Drum Boogie”. Infelizmente, Krupa foi pego com drogas em 1943, resultando uma publicidade negativa, um curto período na prisão e a ruptura de sua orquestra.


Em Setembro de 1943 ele teve uma reunião com Benny Goodman (quem felizmente o trouxe de volta ao mundo da música). Krupa também trabalhou com Tommy Dorsey antes de formar uma nova Big Band em 1944, a qual tinha uma seção de cordas. A parte de cordas ficou um breve período com Gene, mas ele conseguiu manter o resto da banda até 1951. Após este período, desfez-se a banda e Krupa trabalhou com vários trios e quartetos. Em 1959 a Columbia Pictures realizou um drama biográfico baseado na história de Krupa, foi o “The Gene Krupa Story”. Gradualmente, com a piora de sua saúde nos anos 60, Gene foi se afastando do cenário musical, mas manteve um grande nome até sua morte em 16 de outubro de 1976. Ironicamente, seu último disco foi dirigido pela mesma pessoa que produziu seus primeiros trabalhos, Eddie Condon.

“Sou muito feliz por ter conseguido fazer duas coisas: que os bateristas fossem mais bem pagos e, por meio da minha projeção, trazer mais pessoas para o jazz.”
(Gene Krupa)

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